Depois de muitos anos sem ver o Piollin em cena (não vi A Gaivota) e ainda pairando na minha memória visual e emotiva (risos) o Vau da Sarapalha (vi umas cinco vezes entre 93 a 95 aqui em Salvador). Fiquei muito feliz em revê-los em Retábulo, no Teatro Vila Velha, aqui em Salvador.
Retábulo traz a marca do Piollin e da direção de Luiz Carlos Vasconcelos: o corpo e voz, imagens, o cuidado estético e o ator no centro de tudo. Uma poética da narrativa, algo muito próximo do que é abordado atualmente pelo Pós-dramático de Hans Thies Lehmann, existe um texto, mas o que importa é o que o encenador faz dele. A presença do coro, o desdobramento dos atores em narradores, também é uma característica citada por Lehmann como sendo uma possibilidade do teatro Pós- dramático. Sinto que falta um equilíbrio na dramaturgia da adaptação entre a narrativa do coro e dos personagens com as cenas. Em muitos momentos as imagens me atraíram mais do que a narrativa. Também acho que o coro podia, mesmo com unidade, buscar diferentes maneiras de falar suas narrativas, a função do coro desde sua origem é do inconsciente coletivo, apontar, criticar, satirizar, ironizar, anteceder algum fato, etc. Enfim, muito feliz em revê-los e também pela adição de novos atores ao grupo.
Sucesso sempre e muita luz iluminando as escolhas e os caminhos de vocês!
Cristiane Barreto
Arte-educadora e diretora teatral
Arte-educadora e diretora teatral
Salvador - BA
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