sexta-feira, 25 de março de 2011

Forma e conteúdo confluem em ‘Retábulo’ - Crítica JORNAL DA PARAÍBA

            Numa das cenas finais de Retábulo, espetáculo do Piollin que nos próximos dias encerra uma longa e corajosa temporada que teve início em janeiro, com cinco sessões semanais (algo raro e digno de incentivo por aqui), malas de viagem são convertidas num labirinto sepulcral por onde passeia o vulto desamparado de Joana Carolina.
            Envolvido que está pelo desenlace da trama, o público mal se dá conta de como todos aqueles objetos foram parar ali. Mérito da marcação precisa e da movimentação atordoante do elenco, que soube ocupar os espaços quadrangulares do palco com a simetria proposta por Luiz Carlos Vasconcelos para compor uma narrativa que, pelo menos visualmente, remetesse à estrutura palindrômica na qual se inspira a base sobre a qual o cenário é montado.
             Certos procedimentos teatrais tentam também reproduzir essa dinâmica apoiada em antípodas, como o artifício de estabelecer planos simultâneos em que a mesma cena é interpretada por diferentes atores, ou a narração e a dramatização se mimetizando. As pretensões em torno da obra intrincada de Osman Lins nem sempre alcançam o resultado mais favorável, mas o que alcança é eficaz na reelaboração dos códigos literários e em sua transposição para os teatrais.
             A sonoplastia é fustigante e algo verdadeiramente à parte. Composta por Eli-Eri Moura e Marcílio Onofre, e executada por Luana Lima num instrumento que o grupo carinhosa e poeticamente apelidou de “piolão” (por já ter sido um piano do qual só restaram as cordas, sem a carcaça), a composição musical penetra até o tutano da peça, que até aqui revela sua preocupação em fazer com que a forma adeje ao conteúdo.

RETÁBULO por Klaus Marcus Paranayba

Prezada Luana

Inicialmente sou-lhe grato pelo convite para assistir a interessante peça teatral “Retábulo”.
Permita-me alguns comentários, não sou especialista na área.

Primeiramente quero pontuar alguns dos diversos pontos favoráveis, os quais me cativaram.

ü     O enredo na linguagem poética em seu conteúdo e forma.
ü     O ambiente proporcionado pelo cenário e sua interessantíssima sonoplastia.
ü     O princípio e a conclusão têm um desfecho cíclico.
ü     A competência do elenco é perceptível em grupo e individualmente.

Agora, quero dizer de alguns pontos que creio que podem ser melhorados de forma a ampliar o brilho que às vezes fica escondido em momentos em que os textos não são ininteligíveis.

ü     Há momentos em que o texto não pode ser compreendido em sua íntegra, o que proporciona uma pausa na seqüencia lógica do entendimento.
ü     Os textos, por serem longos, e às vezes pela linguagem naturalmente regional, forçam o intelecto ao entendimento, o que faz com que alguns trechos fiquem cansativos.
ü     Comparando-se com uma obra abstrata, vamos dizer uma pintura, quando não se percebe o sentido das imagens e cores mas o encanto proporcionado pela beleza compensa o não entendimento, há um conforto pelo encantamento que se percebe. Em alguns momentos da peça não acontece nem um, nem outro.
ü     Não consegui desvendar o enigma dos arcos, talvez por perder a seqüência de algumas passagens.

Creio que favorecer o entendimento de todos os textos, mesmo que eles tenham que ser reduzidos, de forma que ao entendê-los pode-se associar a linguagem ao movimento apresentado no palco, possa facilitar ao expectador ter uma compreensão do todo e mergulhar no movimento apresentado.

Um abraço

Klaus
klauspoemas.blogspot.com

RETÁBULO - TEATRO BOM

         Vi o espetáculo,  Retábulo de Santa Joana Carolina, texto de Osman Lins, e encenação do Piollin Grupo de Teatro, direção de Luiz Carlos Vasconcelos, tema musical a cargo de Luana Lima.
         Mais uma vez, depois do inconteste sucesso do Vau da Sarapalha, Luiz Carlos e o Grupo Piolin, brindam aos espectadores com um espetáculo rico e novo, criativo, instigante e inovador
         Não sou um crítico teatral e por isso não tenho compromisso com análise alguma do trabalho. Minhas anotações são de um espectador e, a arte não é feita para os críticos, mas para os espectadores. Como tal, Retábulo me agradou: o cenário é criativo e plasticamente bonito. A iluminação, de efeitos bem construídos é também um guia do ritmo e do desenvolvimento da cena. Gostei da direção, como não gostar? Luiz Carlos é um criador de soluções novas e sabe conduzir o elenco e o público num envolvimento gratificante, mesmo com um texto que cobra muita atenção.
         O Grupo Piollin, com Everaldo Pontes, Servilio Holanda, os Lira: Nanego e Soia - presença de outros cenários, que se enriquece com Buda Lira, Suzy Lopes e Ingrid Trigueiro: Garante vida a narração.
         Um grande destaque está para o trabalho da instrumentista Luana Lima que opera um instrumento montado para o espetáculo a partir de um velho piano. Nada mais novo e magistralmente dominado. Esse trabalho põe a Paraíba em cena.
Parabéns! Vale a pena ver de novo.

Iveraldo Lucena

RETÁBULO por TIAGO LIMA

Os oito atores em cena contam a história de Joana Carolina e de todos seus sofrimentos de mulher simples, do povo. No cenário, a apresentação acontece por cima de um tabuleiro, do poema Sator/Rotas de Osman Lins; obra que intrigou e cativou Luiz Carlos Vascocelos, a trazer para a construção cênica, para o teatro, a possibilidade de uma narração reversa e simultânea como a que o escritor consegue tão primorosamente em seus poemas.

O paraibano acredita que a maneira de narrar é uma questão fundamental da cena atual. Por isso, “Retábulo” tenta dialogar com as proposituras narrativas “Osmanianas”, sendo circular e fragmentada, em que as partes se misturam para compor uma unidade.

Pareceu complicado? A palavra seria desafiador. Mas como Luís costuma parafrasear Osman Lins: “Teatro não é bombom que se suga displicentemente”.

No elenco estão os atores Buda Lira, Everaldo Pontes, Ingrid Trigueiro, Luana Lima, Nanego Lira, Servilio de Holanda, Soia Lira e Suzy Lopes.

Tiago Lima

quinta-feira, 10 de março de 2011

ÚLTIMAS SEMANAS DO RETÁBULO EM JOÃO PESSOA.

De quinta a domingo às 20:00 na Piollin!
R$ 10,00 e 5,00
Em todas as apresentações meia entrada para força de trabalhadores Petrobras e clientes cartão Petrobras. (Mediante apresentação do cartão/crachá.)
Aos domingos entrada gratuíta para alunos, ex-alunos da Piollin e seus familiares e para os alunos do curso de Teatro da UFPB. (Mediante a carteira de estudante)

Informações: (83) 8680-3028 / 3241-4807