sábado, 25 de junho de 2011

RETÁBULO


S.M CONSTRUÇÃO de MADEIRA, de MÁRMORE ou de OUTRO MATERIAL, com LAVORES, que fica por trás e/ou acima do ALTAR e que, NOEMALMENTE, ENCERRA um ou mais PAINÉS PINTADOS ou em BAIXO-RELEVO. (Novo Dicionário Aurélio, 1a. edição, S/D)


FICHA TÉCNICA

retábulo : Adaptação cênica da narrativa "RETÁBULO DE SANTA JOANA CAROLINA de OSMAN LINS.

direção LUÍZ CARLOS VASCONCELOS
dramaturgia LUÍZ CARLOS VASCONCELOS, MÁRCIO MARCIANO e GRUPO PIOLLIN
interpretes BUDA LIRA, EVERALDO PONTES, INGRID TIGUEIRO, LUANA LIMA, NANEGO LIRA, SERVILIO de HOLANDA, SOIA LIRA e SUZY LOPES.

consultoria e composição musical ELI-ERI MOURA e MARCÍLIO ONOFRE
iluminação LUÍZ CARLOS VASCONCELOS e ELOY PESSOA
operação de luz ELOY PESSOA

figurinista ANA ISAURA NOGUEIRA
concepção de figurino CONSTRUÇÃO COLETIVA em PROCESSO (ANA ISAURA, TAINÁ MACEDO, CASA dos COSTUMES - SP)
costureira MARIA JOSÉ

cenário LUÍZ CARLOS VASCONCELOS
contra-regra WALTER LUÍZ
fotografia e programação visual RICARDO PEIXOTO

produção geral PIOLLIN GRUPO de TEATRO
produção executiva CRISTINE LUCENA
assistente de produção KÊNIA QUEIROZ e MARCELINA MORAIS

serviços gerais MARIA da CONCEIÇÃO de SOUZA
eletricista WALTER LUIZ
assessria administrativa ANA LUISA CAMINO

assessoria de comunicação CALINA BISPO, OLGA COSTA e SUZY LOPES (adm. do blog)
assessoria contábil MÉRCIA FELINTO

duração 65 MINUTOS
classificação 10 ANOS

contatos (83) 8680-3028 (83) 3241-4807 (83) 9983-6420 
R. SIZENANDO COSTA, S/N
RÓGER
JOÃO PESSOA - PB
cep. 58.020-590


agradecimentos
LITÂNIA LINS, LETÍCIA LINS, ÂNGELA da COSTA LINS, CENTRO CULTURAL PIOLLIN, HAROLDO REGO, LENI de FREITAS, ROBSON TELLES, ERMELINDA FERREIRA, ROBSON JORGE (Centro Ténico de Artes Cênicas de Funarte), ALAN MONTEIRO, CELY FARIAS, ELISA TOLEDO, MARCOS PINTO, DADÁ VENCESLAU, SERECO, SIDNEY AZEVEDO, TAINÁ MACEDO, ZENO ZANARDI, NAV PIOLLIN, CRIS CAMARGO, JOANA PORTO e MARJORIE GUELLER (Casa dos Costumes - SP), BERENICE HADDAD, BRUNO TORRES, FRANCISCO, BOSCO e BRUNA (Sesc Iracema - Fortaleza -CE), ANDERSON e CLOWNS DE SHAKESPEARE (RN), ROBERTO ASSUNÇÃO, HELDER VASCONCELOS, DANE de JADE, MÁRCIO MEIRELES, PABLO RAMIRES, NTU /COEX / PRAC / UFPB, GRUPO dE TEATRO BIGORNA, MARIAMA IRELAND, GUARDA MUNICIPAL de JOÃO PESSOA, FUNJOP.




sexta-feira, 3 de junho de 2011

TEATRO NÃO É BOMBOM

Por Luiz Carlos Vasconcelos

 RETÁBULO é a adaptação cênica da narrativa "Retábulo de Santa Joana Carolina" contida no livro “Nove, Novena” de Osman Lins. Fala de Joana Carolina e de todos seus sofrimentos de mulher simples do povo através de vários eu narradores. 

 Em 1998, em Belo Horizonte, durante o Encontro Mundial das Artes Cênicas – ECUM, tomei conhecimento, através da palestra da profesora Leni de Freitas, do processo de rigorosa construção do romance AVALOVARA de Osman Lins, apoiada também, no rigor de outra construção, o poema latino de cinco palavras, cada qual composta de cinco letras: SATOR, AREPO, TENET, OPERA, ROTAS. O poema é apresentado com as palabras sobrepostas umas às outras formando um quadrado de 5x5, com vinte e cinco quadrados menores, cada um contendo uma das letra daquelas palabras, todas  palindrômicas, ou seja: que podem ser lidas da direita para a esquerda, da esquerda para a direita, de cima para baixo e de baixo para cima, mantendo sempre o mesmo sentido – “O lavrador sustem cuidadosamente a charrua nos sulcos”  ou, “O lavrador sustem cuidadosamente o mundo em sua órbita.” – Criador e criação – dimensão humana e dimenção Divina.
Partindo da estrutura deste quadrado e sobrepondo a ele o traçado de uma espiral que vai tocando sucesivamente as letra, e cada uma destas correspondendo a uma linha da narrativa do romance, num total de oito narrativas, Osman Lins constroi sua ficção multefacetada, dentro de um esquema rigoroso e fascinante para o leitor.
Desde então venho estudando as estruturas, tanto as existentes na naturesa quanto as urdidas pela criatividade humana, como no caso da obra de Osman Lins, na tentativa de responder às questões nascidas durante aquele evento na capital mineira:
É possível também a construção cênica se apoiar em estruturas rigorosas pré-existentes, neste caso específico, na estrutura do poema SATOR? Ou:  É possível uma cena palindrômica, digo: reversa e simultânea, que tenta refletir em si, na maneira como se estrutura, a ordem e a desordem existente no mundo? Como utilizar estas estruturas e seus trajetos mágicos para narrar no teatro?
Entendo que esta questão, sobre a maneira de narrar, é a questão fundamental da cena atual. Como construir, para o público de hoje, narrativas cênicas que possam realmente, instaurar no teatro o não convencional?
A encenação do Piollin Grupo de Teatro  tenta dialogar  com as proposituras narrativas osmanianas, tentando instaurar uma cena também rigorosa, apoiada simultaneamente na poesia da palavra e do corpo em ação.
Oito atores trabalham sobre o, agora tabuleiro, do poema SATOR/ROTAS, seus trajetos simultâneos e reversos. Uma narrativa circular e fragmentada onde as partes se misturam para compor uma unidade, como num retábulo.

Parafraseando Osman Lins podemos dizer "Teatro não é bombom que se suga displicentemente."

Fotos: Rodolfo Vasconcelos







Fotos: Lays Amaro








PROCESSO DE ENSAIO



Fotos: Lílian Régis


Faça o play e veja o vídeo