É sempre um desafio para qualquer grupo de teatro o processo criativo de um espetáculo.
Com o grupo Piollin não é diferente.
Quem acompanha de alguma forma o Piollin sabe que não somos um grupo conhecido pelas quantidades de espetáculos no currículo, mas sim pela forma como encaramos e vivemos cada experiência que nos leva ao processo de criação e ao desenvolvimento de uma identidade própria. Neste ponto, talvez, seja onde resida a questão sobre a qual gostaria de me debruçar.
Esta identidade foi construída por um coletivo. Por pessoas que de fato tinham e têm inquietações relativas ao teatro, questões que são comuns, mesmo que sentidas de forma muito particular por cada um.
Estamos a oito meses envolvidos num processo de criação extremamente doloroso no momento. O grupo e alguns atores e atrizes convidados, trabalham de 7:30h às 12:30h todos os dias de segunda a sexta.
No começo de tudo, em janeiro, éramos apenas nós do Piollin e o livro de contos do escritor cearense radicado em Pernambuco, Ronaldo Correia de Brito. Dois meses depois, desce a ladeira da Bica e entra no Engenho Paul o escritor Pernambucano Osman Lins.
Estamos debruçados com a sua escritura e a idéia de Luiz Carlos de construir, unir a narrativa “O Retábulo de Santa Joana Carolina”, com um grande tabuleiro desenhado no chão e nossa capacidade de criação pessoal e coletiva em torno disso.
Não tem sido fácil mergulhar nesse novo desafio. Muitas experiências foram vividas separadamente por cada um de nós, e os desejos, anseios e conceitos precisam ser equalizados para que o processo de criação se torne vivo e prazeroso.
Bom, esse é só um início de conversa...
Nanego Lira